Para fechar o mês dedicado às mulheres com chave de ouro. Apresentamos uma entrevista com a Dra Larissa Januzzi.

Nada melhor para comemorar o mês dedicado às mulheres do que celebrar uma conquista feminina e também uma vitória para a comunidade médica. A Dra Larissa Januzzi, residente do Hospital Madre Teresa é a primeira mulher da instituição a ser aprovada na prova de título da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia- SBOT.

Dra Larissa nos fala sobre a escolha pela ortopedia, quebra de paradigmas, sua trajetória no HMT e sobre a conquista do título pelo SBOT. 

 A escolha pela medicina

Desde de pequena a medicina foi sempre uma certeza. Nunca realmente me imaginei fazendo outra coisa. Me fascinava entender o funcionamento do corpo humano e suas aplicações. Hoje acredito que foi uma boa escolha 

A escolha pela especialidade

Eu escolhi a ortopedia por volta do 3º ano da faculdade, logo em meu primeiro contato com a área. Por ser uma especialidade que se encaixou muito com a minha personalidade.

Um trabalho objetivo, resolutivo e no qual temos a possibilidade de melhorar muito a qualidade de vida dos nossos pacientes, restaurar o movimento. Além de unir a parte clínica com a cirúrgica, com a oportunidade de trabalhar tanto no hospital, consultório e pronto atendimento, o que traz bastante dinamismo 

Como você lida com os questionamentos do tipo: Como é a ortopedia para uma mulher? Ou o estranhamento: Por que não escolheu outra especialidade?

Os questionamentos são vários, inclusive por eu não ter o “estereótipo” esperado. No início eles me incomodavam, mas hoje encaro com naturalidade. 

Assim como quando escolhi a medicina, não existia segunda opção pra mim, a especialidade também não tem segunda opção. Eu tentei gostar de outras áreas, mas não teve jeito. Isso me deu força pra continuar nos momentos de dúvida, tanto meus como de outras pessoas.

Não é fácil conquistar seu espaço num meio predominante masculino, porém o desafio sempre me motivou. Prefiro interpretar esse cenário como uma oportunidade para crescer, para criar um ambiente diferente, me destacar e incentivar outras mulheres.

Fale um pouco da sua trajetória como residente no HMT

O início foi bem desafiador, tanto para mim quanto pra equipe. Todos tivemos que nos adaptar.

Como um reflexo da nossa sociedade eu tive que enfrentar o preconceito, não só na forma de dúvida, mas também com excesso de cuidado.

Porém eu nunca aceitei um “não” facilmente. Assim, dia após dia, eu fui conquistando meu espaço, mostrando que eu podia sim me sair bem no serviço e mudar a maneira que as pessoas me viam.

Agora como formanda, o que fica é a saudade e a gratidão por tudo que eu aprendi, meu crescimento, por ter aberto espaço para novas residentes e do quanto evoluímos como equipe.

Tenho do orgulho de ter marcado a história da residência como a primeira mulher a ser aprovada no TEOT

Um recado para mulheres que querem ser ortopedistas

O maior desafio é vencer os seus próprios limites. Então, acredite em você e nas suas convicções, prepare-se para os desafios, conheça a área, faça estágios, converse com as outras mulheres. As conquistas virão dia após dia, o importante é não desanimar.

Lute pelas coisas que são importantes, priorizem suas batalhas 

Eu estou à disposição para tirar dúvidas, conversar ou desabafar.

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