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Lesão do tendão do bíceps distal
O Bíceps Braquial é um músculo bem popular nas academias por ser o mais superficial e volumoso na face anterior do braço. Suas duas porções proximais se originam no nível do ombro e a porção distal se insere próximo ao cotovelo no antebraço.
Geralmente sua lesão acontece de forma progressiva e está intimamente ligada a praticantes de musculação, Crossfit e trabalhadores que carregam muito peso.
Além disso, a idade e o uso de anabolizantes podem diminuir a resistência do tendão e aumentar as chances de lesão/ruptura.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é essencialmente clínico. O paciente geralmente se queixa de um episódio traumático onde estava realizando algum tipo de exercício físico quando ouviu um estalo seguido de perda de força ao rodar o antebraço ou dobrar o cotovelo. Isso na maior parte das vezes vem acompanhado de uma equimose (roxo) e uma deformidade conhecida como sinal do Popeye – devido a uma ao nível do braço parecida com a do famoso personagem dos desenhos animados.
O exame de imagem pode auxiliar em casos de lesão parcial ou inflamação do tendão (tendinite).
TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado e realizado por um ortopedista treinado. Ele depende do tempo entre a lesão e o tratamento indicado. Em caso de lesões agudas (lesões com menos de 3 a 4 semanas), salvo raras exceções, o tratamento cirúrgico é o mais recomendado. Isso ocorre porque leva uma limitação importante de força e função ao nível do cotovelo e antebraço. Essa fixação pode ser feita através de âncoras, Endobutton ou ponto transósseo e, ser realizada por uma ou duas incisões.
Em caso de lesões crônicas (lesões com mais de 4 semanas) o tendão geralmente se habitua a sua nova posição e cicatriza de forma que o reparo pode não ser mais possível. Nesses casos, ele pode ser fixado mais proximal ou pode ser realizado o alongamento do tendão utilizando um enxerto tendinoso.
Em caso de idosos e pessoas com função limitada, o tratamento conservador pode ser realizado.
Epicondilite lateral
A epicondilite lateral ou “cotovelo do tenista” é uma alteração que ocorre nos tendões que dão força de pressão na mão e extensão do punho. A dor se localiza na região lateral do cotovelo e se inicia sem motivo aparente. Não se conhece muito bem a causa dessa alteração, mas na maioria dos pacientes, a doença tem um curso auto-limitado, apesar de longa duração.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado na história clínica do paciente e no seu exame físico. Exames complementares de imagem são desnecessários na maior parte dos casos, sendo ferramenta importante na exclusão de outras hipóteses diagnósticas ou quando se opta pelo tratamento cirúrgico.
TRATAMENTO
O tratamento na maior parte dos pacientes tem o objetivo de amenizar a dor, uma vez que em 80% dos pacientes, a doença tem curso auto-limitado. As opções de alívio da dor variam desde fisioterapia, até o uso de talas para o punho ou braçadeiras para o cotovelo durante a prática esportiva. Nos casos mais resistentes há outras opções de tratamento não cirúrgico, em sua maioria não cobertas pelos planos de saúde, como a Terapia por ondas de choque. Tratamentos envolvendo o plasma rico em plaquetas e células tronco ainda não são autorizadas e ainda são de caráter experimental.
O tratamento cirúrgico é a exceção, realizado normalmente aos 12 meses de evolução da doença. Existem múltiplas técnicas de tratamento cirúrgico, desde cirurgias abertas, até artroscópicas, sendo quem em todas elas, o índice de resolutividade está em torno de 80%.
Epicondilite Lateral
Também conhecida com o “Cotovelo do Tenista”, essa patologia é bem prevalente ao nível do cotovelo. Apesar da alcunha, apenas cerca de 5% das pessoas acometidas praticam tênis. Isso acontece pela alta incidência nos tenistas e, pode estar relacionada a uma falha na técnica do atleta praticante ou a uma tensão exagerada nas cordas da raquete.
Em pessoas não praticantes do tênis, essa patologia está relacionada a movimentos repetitivos do punho e dedos (ex. digitadores, trabalhadores manuais).
Geralmente ela se inicia através da inflamação do tendão (tendinite) ao nível de sua origem no cotovelo e pode evoluir para alterações estruturais, se tornando crônica.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é essencialmente clínico. O paciente geralmente se queixa de dor na parte lateral do cotovelo, no local onde os músculos que fazem a extensão do punho e dedos têm origem. Ela pode ou não se irradiar para o antebraço e mão, além de gerar perda de força e dificuldade de segurar objetos.
O exame de imagem pode auxiliar na diferenciação com seus diagnósticos diferenciais ou mesmo confirmar a epicondilite.
TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado e realizado por um ortopedista treinado.
Na maior parte das vezes o tratamento conservador (não cirúrgico) é o mais indicado.
O paciente deve ser orientado a interromper atividades que possam agravar a lesão. Além disso, o tratamento com antiinflamatórios, analgésicos, alongamentos e fisioterapia costuma ser bem eficaz. Em caso de persistência, infiltrações, tratamentos com ondas de choque e o uso de um tensor/tira específica podem ser também realizados.
Apenas após a falha do tratamento conservador é que deve-se pensar em tratamento cirúrgico. Esse tratamento pode ser realizado de forma artroscópica (por vídeo) ou aberta com a remoção do tecido doente.
Artrose do ombro e do cotovelo
A artrose é a perda de cartilagem entre 2 ossos que se articulam com consequente atrito entre as superfícies ósseas, resultando em formação de osteófitos, crepitações, perda de movimento e um processo inflamatório permanente com consequente dor. No ombro, as causas podem ser de natureza genética associada ao envelhecimento, ou de natureza pós-traumáticas, ou inflamatórias (artrite reumatoide) ou nos casos de lesões crônicas e extensas do manguito rotador. No cotovelo, as causas são em sua maioria inflamatórias (artrite reumatoide) ou pós-traumáticas.
DIAGNÓSTICO
A evolução é variável, podendo ser mais rápida, ou mesmo indolente, levando de meses a anos. Geralmente resulta em impacto na qualidade de vida, marcada por dor e limitacão funcional. Através de um bom exame clinico, feito por profissional médico especializado, combinado com exames de imagem adequados, o diagnóstico é prontamente estabelecido.
TRATAMENTO
Apesar de não ter cura, existem tratamentos indicados na artrose que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente e tentar evitar a progressão da doença. Entre as principais medidas conservadoras, estão os medicamentos anti-inflamatórios, infiltrações e em casos muito selecionados, a fisioterapia. A base do tratamento conservador é diminuir a sobrecarga funcional sobre o membro acometido. O uso das medicações chamadas condroprotetores (protetores de cartilagem) vem aumentando nos últimos anos, embora não exista comprovação científica do seu benefício. Outra opção de tratamento, que vem sendo utilizada nos últimos anos ainda que de forma bem mais modesta no ombro e no cotovelo, é a viscossuplementação (infiltração com análogos do àcido hialurônico). Ela melhora a qualidade (viscosidade) do líquido sinovial, que está alterado nos pacientes com artrose, e podem trazer com isto um alívio temporário da dor. Grande controvérsia ainda existe quanto ao real benefício desta medicação. Em casos muito selecionados pode ser opção como auxiliar no tratamento. Tratamentos envolvendo o plasma rico em plaquetas e células tronco ainda não são autorizadas e ainda são de caráter experimental.
O tratamento cirúrgico visa principalmente o controle da dor e a recuperação da função do ombro e do cotovelo acometido. O tratamento cirúrgico é indicado para os casos em que o tratamento conservador não trouxe o alívio desejado e que o prejuizo funcional é significativo. As cirurgias mais realizadas para o tratamento da artrose são as artroscopias, para toalete articular (em casos muito selecionados onde exista quadros mecanicos – travamento e ou instabilidade), principalmente no cotovelo, e as artroplastias (colocação de prótese), principalmente no ombro. Estas são procedimentos definitivos e objetivam a troca da superficie articular degenerada por substituto metalico. Através de tal procedimento, a melhoria clinica acontece em mais de 90% dos paicentes e a sobrevida de tal cirurgia chega em média a 90% em 10 anos.
Um especialista em cirurgia do ombro e cotovelo poderá definir qual a melhor opção para cada perfil de paciente e lesão.